Hormônios

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O Menino Cobaia anda feliz da vida com seu projeto de estação doméstica de tratamento de água. Diz que a água que sai da máquina de lavar roupa, depois de passar pelo tratamento que desenvolveu, foi classificada como água de reuso. Perguntamos se não vai dar pra beber essa água. O Menino Cobaia respondeu:

No projeto finalizado eu não potabilizei. Mas é possível fazer “água de beber” sim. Os parâmetros químico-biológicos do padrão de potabilidade brasileiro são ridículos e é fácil produzir uma água para consumo humano. Você bebe água com paracetamol, rivotril, hormônios femininos e masculinos, e a Sabesp trata como água potável.

Opa! Hormônios? Então quer dizer que poderíamos fazer nossa transição só tomando a água da Sabesp?

O menino cobaia não respondeu essa nossa questão, mas como o mundo virtual é espaço de insondáveis sincronicidades, naquela mesma noite nos deparamos com a entrevista que segue, publicada originalmente no site de uma revista muito interessante chamada Planeta Laboratório. Aí ficamos um pouco por dentro dessa impressionante história dos hormônios na água de beber.

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Xenoestrógenos: uma verdade oculta

Aliens in Green entrevista Chus Martínez no Planeta Laboratório nº 5

Recentemente tive a sorte de sentar para conversar com a Drª Chus Martínez sobre um assunto controvertido e repleto de mitos, os xenoestrógenos (substâncias químicas sintéticas que atuam de forma similar aos estrógenos).

Para quem não está familiarizado com Chus Martínez, farei uma pequena introdução sobre sua vida. Chus Martínez licenciou-se em antropologia e psicologia pela Universidade do País Basco/ Euskal Herriko Unibertsitatea. Em seguida, e depois de sua mudança de sexo (M2F), doutorou-se na especialidade de antropologia médica e nutrição paleolítica nos Estados Unidos, na Universidade de Baltimore; um assunto que pesquisou bastante, escreveu e deu conferências de forma extensa.

Aliens in Green: Vamos começar pelo principal para as pessoas que não estão familiarizadas com o tema. O que são exatamente os xenoestrógenos?

CM: Os xenoestrógenos são substâncias químicas sintéticas que podem entrar em nosso corpo e simular os efeitos do hormônio feminino estrogênio. Os estrógenos naturais atuam com uma molécula maior chamada receptor e, uma vez feito isso, a atividade biológica associada a esse hormônio é ativada. Basicamente, liga-se o interruptor. Os xenoestrógenos se encaixam nos mesmos receptores que os estrógenos e realizam a mesma função que o hormônio natural. Mas, além disso, também podem converter-se em outros receptores – às vezes sinergicamente – fazendo que o efeito do estrógeno ou exoestrógeno seja mais profundo.

AIG: Os xenoestrógenos estão relacionados com os fitoestrógenos de alguma maneira?

CM: Não, podem atuar de forma similar mas os fitoestrógenos são produzidos de forma natural nos alimentos vegetais e os xenoestrógenos são artificiais. Em minha opinião, não há por que preocupar-se com os fitoestrógenos, a menos que você os esteja consumindo de forma muito isolada e abundante. Não creio que apresentem os mesmos riscos para a saúde que os xenoestrógenos. A verdadeira ameaça são os xenoestrógenos. Provavelmente, a diferença mais importante entre os dois é que os xenoestrógenos se acumulam no tecido adiposo de seres humanos e animais, enquanto que os fitoestrógenos se metabolizam e passam relativamente pouco tempo no corpo.

AIG: Qual é a origem dos xenoestrógenos? Como e quando os seres humanos os criaram? Por serem produtos químicos, suponho que alguém teve que sintetizá-los.

CM: Sim, vem de muito tempo atrás. Cientistas britânicos sintetizaram o primeiro xenoestrógeno em 1938. Era conhecido como dietilbestrol, ou DES, para abreviar. Vou mencionar muitas siglas, então peço desculpas se as leitoras e leitores se confundirem. O DES foi considerado uma droga estupenda e ato contínuo foi testado em mulheres que tinham problemas durante a gravidez, acreditando-se que seus níveis de estrógenos eram insuficientes. Produziram abortos e partos prematuros.

É certo que baixos níveis de estrógenos podem causar abortos involuntários durante os três prieiros meses de gravidez, mas agindo assim pecaram por ingenuidade, bobardeando mulheres com altos níveis de hormônios sintéticos sem considerar os efeitos secundários. Foi prescrito em todas as gravidezes, como se fosse uma vitamina ou uma pílula milagrosa que poderia melhorar sua natureza. Mais de cinco milhões de mulheres nos Estados Unidos, Europa e América Latina receberam tratamento com DES.

Casualmente, nesse mesmo ano (1938), na Suíça, um pesquisador descobriu o diclorodifenil tricloroetano (DDT) e se deu conta que funcionava muito bem como inseticida. O DDT é também um xenoestrógeno e foi amplamente usado na agricultura e em programas de saúde pública. Não era mau em si, já que salvou milhões de vidas de pessoas quando demonstrou ser o agente mais eficaz que se conhece para aniquilar as doenças transmitidas por insetos, como a malária.

AIG: Você estava falando da criação do DDT como xenoestrógeno e como foi utilizado como inseticida. O que aconteceu?

CM: Bom, em meados do século XX as pessoas começaram a notar os efeitos negativos desses xenoestrógenos. Por exemplo, em 1947 um ornitólogo no golfo da Flórida, Charles Broley, começou a testemunhar coisas estranhas na população de águias. Obeservou que o número de filhotes começou a diminuir de forma pronunciada e as águias adultas começaram a agir de um modo peculiar. Especificamente, os machos simplesmente não tinham interesse em procriar.

Descobriu-se em anos posteriores que 80% das águias de cabeça branca da Flórida eram estéreis. Os pesquisadores descobriram mais tarde que o problema era o DDE, um subproduto estrogênico do DDT.

As notícias sobre os efeitos estrogênicos nestes inseticidas continuaram aparecendo e em 1980 a Chemical Company Tower de Orlando teve um acidente ao pulverizar uma grande quantidade de DDE em um córrego próximo. O córrego desembocava no lago Apopka. Pouco depois uma equipe científica foi chamada para pesquisar a diminuição da população de crocodilos. Encontraram muito mais do que o esperado. Um pesquisador descreveu que estavam presenciando uma reversão sexual. Descobriu-se que pelo menos 25% de todos os crocodilos machos tinham um pênis deformado, a maioria de tamanho reduzido.

Vinte e cinco anos mais tarde, 75% dos ovos encontrados no lago estavam mortos ou eram inférteis. Esta é uma evidência bastante convincente de que há um forte componente estrogênico associado a este inseticida. Os machos que sobreviveram foram desmasculinizados. Basicamente, seu sistema endócrino começou a produzir estrogênio em lugar de testosterona. Para piorar as coisas ainda mais, os crocodilos não foram os únicos animais afetados. Os pesquisadores descobriram que 20% de todos os animais do lago Apopka tinha algum tipo de condição intersexual.

É bastante aterrador, porque tudo o que vemos na vida silvestre tem uma implicação nos humanos. Estes produtos químicos podem permanecer durante anos e anos no ambiente, alguns têm uma vida média de 25 a 100 anos. Assim que, inclusive se reduzimos o uso destes inseticidas nos últimos anos, seus resíduos ainda estão no entorno.

Em 1992, uma equipe de epecialistas em reprodução da Universidade de Copenhague surpreendeu o mundo com o anúncio, publicado no British Medical Journal, de que o número de espermatozóides havia diminuído em 50% nos países industrializados desde 1938. Foi uma grande notícia já que as pessoas começaram a se preocupar com os xenoestrógenos como causa potencial.

É algo com o que se preocupar. Chegou-se à conclusão, sem sombra de dúvida, de que a causa disso é o DDT? Não, mas é algo a se levar em conta.

AIG: Parece que há uma quantidade significativa de dados ambientais sobre os efeitos dos xenoestrógenos em animais, mas existem dados de laboratório sobre os efeitos dos xenoestrógenos sobre animais ou mesmo seres humanos?

CM: As experiências com animais são abundantes mas, por razões éticas, os cientistas não podem fazer experiências com seres humanos como com os ratos. Há, no entanto, vários estudos que mostram uma correlação entre os xenoestrógenos e diversos problemas de saúde.

Há muitas pesquisas que mostram os efeitos negativos dos xenoestrógenos em animais. Por exemplo, em camundongos. Realizou-se um estudo em que se administrava DES a camundongas grávidas durante apenas 2 dias, produzindo várias mudanças importantes na descendência masculina. Os camundongos recém-nascidos eram hermafroditas.

Havia uma feminização dos machos que era produzida precocemente na vida fetal quando se expunha o sistema reprodutor masculino e feminino a xenoestrógenos. A nível molecular, os machos produziam proteínas femininas em seu trato reprodutivo durante toda sua vida. Além disso, os camundongos mais velhos desenvolveram uma doença prostática. Estes foram alguns dos primeiros resultados extensíveis às pessoas, pelo fato de que são alteradores endócrinos definidos.

E a transferência para ser humano? Uma vez mais, não há estudos causais. As pessoas não se oferecem de forma voluntária para que lhe administrem estrógenos, ainda que depois doem seu corpo à ciência para que dissequem seus ovários ou testículo, ou algo assim.

Houve um montão de estudos evidenciando uma correlação entre produtos químicos no meio ambiente e os efeitos que têm sobre as pessoas de baixo nível econômico que estão expostas a eles. O mais antigo que eu recordo é o que mostra mulheres da Guatemala que se encontravam na puberdade aos 3-4 anos de idade. Acredita-se que foi devido à exposição a toneladas de xenoestrógenos.

AIG: Você mencionou uma contagem menor de espermatozóides. Quais são os principais efeitos negativos dos xenoestrógenos nos homens?

CM: O câncer seria o pior dos efeitos. Os homens são particularmente suscetíveis ao câncer quando estão expostos a altas doses de estrógenos; estrógenos de qualquer tipo, incluindo os xenoestrógenos. Ainda que seja menos aterrador, também podem ter efeitos prejudiciais sobre a composição corporal.

AIG: Falando dos altos níveis de estrógenos, dado que as mulheres já têm níveis mais altos de estrógenos, qual o impacto dos xenoestrógenos nas mulheres?

CM: Relacionaram os xenoestrógenos com o câncer de mama. Para as mulheres, como para os homens, o câncer é o pior dos males. A evidência é bastante convincente, sobretudo se nos fixamos nas maiores taxas de câncer de mama nos últimos decênios. A probabilidade de que uma mulher na América do Norte contraia câncer de mama aumentou de uma entre vinte em 1950 à taxa atual de uma entre oito. A cada ano 182.000 mulheres estadunidenses são diagnosticadas com câncer de mama e 46.000 mulheres morrem desta doença.

Basicamente, a exposição a estrógenos é reconhecida pela American Cancer Society como um fator de risco para o câncer de mama. Foram levados a cabo vários estudos. Vou mencionar um deles. Em 1990, um estudo da Escola de Medicina Hadassah da Universidade Hebraica mostrou que, na década entre 1976 e 1986, Israel foi o único entre os 28 países pesquisados no qual se havia verdadeiramente registrado um decréscimo significativo da mortalidade por câncer de mama. O que finalmente explicou esta diminuição da mortalidade por câncer de mama em 1978 foi a proibição israelense de três pesticidas xenoestrogênicos, incluindo o DDT.

AIG: Impressionante. Parece bastante convincente na argumentação contra os xenoestrógenos.

CM: Bastante, mas quero deixar claro que não estou tentando ser alarmista. Os estudos não são conclusivos e minha postura é, basicamente, que há formas práticas para reduzir ao mínimo a exposição aos xenoestrógenos e estou certa de que vamos tocar nelas mais adiante.

AIG: Você mencionou bastante os xenoestrógenos que se encontram nos pesticidas. Mas sei que um dos temas mais candentes seria: xenoestrógenos nos plásticos. Parece que vão em uníssono. Qual seria sua correlação?

CM: Vários estudos demonstraram que os xenoestrógenos podem vazar a partir de policarbonatos de plástico. Há um estudo em particular em que dei uma olhada. Os pesquisadores estavam estudando sobre meios de cultivo com diferentes produtos químicos para ver que tipos de produtos eram estrogênicos. Encontraram um que era incrivelmente estrogênico, mas não teve relação com os produtos químicos acrescentados. Em contrapartida, descobriram sim que o recipiente de plástico onde aqueciam a solução era estrogênico.

AIG: Você falou de crocodilos e águias brancas. Estes animais foram afetados por xenoestrógenos. Estes podem passar para a cadeia alimentar? Se um peixe esteve rodeado por estas toxinas e depois alguém o come, está correndo risco?Estaria ingerindo uma grande quantidade de xenoestrógenos?

CM: Com certeza. Os xenoestrógenos passam para a cadeia alimentar. Dei uma olhada em uma pesquisa onde alguns peixes predadores haviam aumentado seus níveis de xenoestrógenos sob o tecido adiposo ao comer outros que por sua vez estavam armazenando produtos químicos em seu tecido adiposo. Do mesmo modo ocorre nos seres humanos.

Os xenoestrógenos têm uma vida média longa, permanecem no meio ambiente e se armazenam no tecido adiposo. Isto é muito desalentador porque é assim que os produtos químicos passam através da cadeia alimentar.

AIG: Então os plásticos são questionáveis, os pesticidas ruins e agora os xenoestrógenos passam pela cadeia alimentar. Parece que não há forma de livrar-se dos xenoestrógenos por completo. Então qual seria a forma de minimizar a exposição a eles?

CM: Dentro do possível, tentar manter-se longe dos plásticos moles, especiallmente o cloruro de polivinil (PVC), deixá-lo fora de sua casa, sobretudo se há crianças. A questão principal para muitos destes estudos sobre os efeitos dos xenoestrógenos nos seres humanos é que os bebês, meninas e meninos pequenos e especialmente os fetos no útero são particularmente suscetíveis aos efeitos de xenoestrógenos. Você pode arruinar uma criança ao expô-la a altos níveis de xenoestrógenos. Se você tem crianças, use garrafas de vidro sempre que for possível.

Outro conselho seria reduzir ou eliminar os perfumes e ambientadores. Alguns destes produtos têm compostos chamados parabenos, que são xenoestrógenos. Se você adora os ambientadores ou as colônias, certifique-se de que não contenham parabenos.

Meu outro conselho é que se for às compras adquira todo o orgânico que puder. Também é verdade que não é sempre que aplico isso. Sei que comer alimentos orgânicos não é nada barato e sei o que é ser estudante universitária e ter pouco dinheiro. Mas através do consumo de alimentos ecológicos vamos reduzir a exposição à contaminação por pesticidas.Se compra em um mercado, deve lavar bem as frutas e verduras. Compre uma escova suave para esfregar as frutas e verduras antes de cozinhá-las ou comê-las.

Quero insistir que, apesar de existir a possibilidade de consumir pesticidas através do consumo de frutas e verduras, você não deve diminuir seu consumo. São um muro de defesa contra os xenoestrógenos.

Diferentes variedades de frutas e verduras contêm cálcio D-Glucarato. É um extrato botânico que podemos encontrar em altos níveis na toranja, na maçã, no brócolis e nas couves de Bruxelas. Este extrato permite que o corpo possa excretar hormônios estrogênicos antes de possam ser reabsorvidos.

Se bem que já mencionamos as frutas e as verduras, devemos aumentar a ingestão de frutas e bagas, especialmente as que têm altos níveis de antioxidantes. Em particular, assegure-se de comer uvas negras com regularidade.

As uvas negras são a melhor fonte natural de resveratrol, um composto que foi recentemente objeto de numerosos estudos devido suas propriedades antioxidantes e seu potencial para prevenir a doença de Alzheimer. As uvas vermelhas também são uma boa fonte de resveratrol e o consumo moderado de vinho tinto também poderia ajudar. O resveratrol também tem propriedades antiestrogênicas que ajudam a bloquear os xenoestrógenos quando tentam aderir aos receptores de nosso corpo.

Mas nem tudo o que reluz é ouro. Devemos evitar as verduras em conserva. Vários estudos demonstraram que foram detectadas quantidades significativas de BPA em verduras enlatadas e no líquido que se encontra nestas. Trata-se basicamente de uma contaminação que se infiltra da camada de plástico até o interior da lata.

AIG: Isto não deve ser bom para o Popeye, comer todas aquelas latas de espinafre.

CM: Sim, efetivamente. Deve ter tido alguns inibidores da aromatase ou algo assim.

Documentando sem incriminar 2

Ainda sobre os cuidados na documentação de eventos de rua, lembramos que convém também zelar pela proteção da própria foto/videógrafa. Recomendamos a leitura deste texto do site Autonomia Feminista Tecnológica a respeito dos metadados contidos em fotos, vídeos & etc e como deletá-los com o ExifTool e o MAT (Metadata Anonymisation Toolkit).

Em tempo: para as usuárias do Ubuntu, informamos que não só o MAT, mas também o Exiftool se encontra nos repositórios da distro. É só abrir o terminal e pedir:

$ sudo apt-get install libimage-exiftool-perl

Documentando sem incriminar

Elle Armageddon

Depois que elaborei esta série de tweets, uma amiga me pediu para fazer um post no blogue sobre como documentar uma manifestação sem incriminar quem dela participa.

É de conhecimento geral que fotos e vídeos de rostos podem ser usados por agentes do Estado para identificar e, desta forma, envolver indivíduos em investigações criminais. Para impedir esse processo de identificação, muitas manifestantes optam por usar máscaras e muitas fotógrafas e videógrafas tomam cuidado para não incluir rostos em seus registros. Embora este seja um bom começo, não é suficiente para impedir que as forças da ordem usem suas fotos e vídeos para identificar, e assim perseguir, manifestantes.

Os identificadores biométricos, que são características/traços únicos que podem ser usados para distinguir (e assim identificar) indivíduos, vão muito além dos rostos expostos. Algumas outras características pelas quais as pessoas podem ser identificadas incluem sua constituição física, o formato de seus olhos e/ou orelhas, o tamanho de suas mãos e/ou pés, sua postura, seu caminhar, sua voz e seus padrões de fala. Identificadores adicionais podem incluir o traje da pessoa (roupas, sapatos, bolsas, etc), piercings, tatuagens visíveis e cicatrizes.

O complicado é que, ainda que você não capture rosto algum, a sua câmera nunca é a única presente no local. Se você capturar uma característica identificável de qualquer tipo em uma imagem ou vídeo de vidraças sendo quebradas ou de paredes sendo pichadas, ela pode ser cruzada com outras imagens da multidão e usada para marcar e identificar suspeitos.

Uma mão tatuada quebrando uma vidraça, ou um tênis de sola pink registrado enquanto chuta um carro de polícia podem ser os elementos que faltavam para completar a sequência de imagens de câmeras de segurança pelas quais a multidão passou, de tomadas em HD de uma grande-angular da multidão feitas por jornalistas, ou qualquer outra fonte de dados que possa ter capturado partes da ação.

Portanto, se você se preocupa em documentar sem incriminar, geralmente a melhor prática é se certificar de não capturar nenhuma parte de corpos humanos em sua documentação de fogueiras, vidraças quebradas, paredes pichadas, ou carros de polícia incendiados. Isso inclui pessoas de costas, membros variados e reflexos em vidraças.

Além disso, se você capturar partes humanas em suas fotos ou vídeos, é uma boa ideia desfocar esses detalhes usando o ObscuraCam ou outra ferramenta similar, a ponto de torná-los inindentificáveis antes da publicação. Além disso, é importante DELETAR AS FOTOS E/OU GRAVAÇÕES ORIGINAIS. Dados armazenados são dados que podem posteriormente ser citados em um processo judicial, o que frustraria o objetivo de seu processo de edição.

Finalmente, ao fazer fotos ou vídeos de manifestantes, é sempre uma boa idéia primeiro pedir o consentimento. Se você aprova ou não o comportamento potencialmente criminoso não vem ao caso: não precisamos fazer o trabalho do Estado ou da polícia quando estamos em um protesto contra suas ações.